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Stablecoins no UK: O Fim das CBDCs para Pagamentos Digitais?

Símbolos abstratos de moeda digital interconectados e nós de dados seguros com brilhos vibrantes.

Reino Unido Aposta Forte em Stablecoins e Redefine Futuro dos Pagamentos Digitais: O Adeus às CBDCs?

Data: 12 de dezembro de 2025

O cenário global das finanças digitais continua em efervescência, com nações buscando o equilíbrio ideal entre inovação, segurança e soberania monetária. Em uma guinada estratégica que sinaliza uma clara preferência por soluções de mercado, o Reino Unido tem consolidado sua aposta no desenvolvimento e na adoção de stablecoins, distanciando-se progressivamente dos planos de emissão de uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC). Essa decisão, liderada pela Financial Conduct Authority (FCA), não apenas recalibra a política monetária britânica, mas também posiciona o país como um potencial polo de inovação em pagamentos digitais para os próximos anos.

A partir de 2026, o apoio a stablecoins emitidas localmente será uma prioridade incontestável para a FCA, marcando uma mudança estrutural significativa. Este movimento estratégico visa impulsionar a competitividade do Reino Unido no mercado global de ativos digitais, atrair investimentos e solidificar sua liderança em serviços financeiros inovadores.

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A Virada Estratégica do Reino Unido no Cenário Cripto

A Financial Conduct Authority (FCA), principal órgão regulador financeiro do Reino Unido, tem sido a força motriz por trás dessa nova direção. Em comunicados recentes e documentos estratégicos, a agência delineou um plano ambicioso para catalisar o ecossistema de stablecoins, percebendo-as como um caminho mais promissor para a modernização dos pagamentos do que as CBDCs.

O Foco em Stablecoins Locais e a Visão da FCA

A prioridade da FCA para 2026 é clara: fomentar um ambiente robusto para stablecoins lastreadas em libra esterlina. Esta escolha reflete uma filosofia que valoriza a inovação impulsionada pelo setor privado, a eficiência de mercado e a capacidade de integrar novas tecnologias sem a complexidade e os potenciais riscos associados a uma moeda digital emitida e controlada diretamente pelo banco central.

Nikhil Rathi, CEO da FCA, tem sido um defensor vocal dessa abordagem. Em um documento dirigido ao Primeiro-Ministro Keir Starmer, Rathi detalhou a estratégia digital da autoridade reguladora, enfatizando que as reformas em curso visam "ajudar o Reino Unido a manter sua vantagem competitiva global, atrair investimentos internacionais e liderar a inovação em serviços financeiros". A agência pretende finalizar todas as normas voltadas para ativos digitais e acelerar o desenvolvimento dessas moedas estáveis, criando um arcabouço regulatório que seja tanto protetivo quanto propício ao crescimento.

O Sandbox Regulatório: Impulsionando a Inovação Controlada

Para concretizar essa visão, a FCA não hesitou em criar ferramentas facilitadoras. Um sandbox regulatório foi aberto para empresas interessadas em testar soluções de pagamentos com stablecoins. Este ambiente supervisionado permite que emissores experimentem modelos de transferência, custódia e integração comercial de forma controlada, mitigando riscos enquanto exploram o potencial inovador.

Empresas com propostas inovadoras tiveram até 18 de janeiro de 2026 para submeter suas aplicações, demonstrando a agilidade e a seriedade com que o Reino Unido aborda essa transição. O sandbox é um testemunho da postura proativa do regulador em colaborar com o mercado para moldar o futuro dos pagamentos digitais, em vez de impor soluções de cima para baixo.

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Desvendando a Arquitetura Regulatória para Ativos Digitais

A mudança para stablecoins não é um movimento isolado, mas parte de uma estratégia regulatória mais ampla e abrangente, desenhada para posicionar o Reino Unido na vanguarda da economia digital.

Um Pacote Abrangente para o Ecossistema Cripto

A FCA trabalha em conjunto com o Banco da Inglaterra para elaborar um pacote regulatório que se espera estar totalmente implementado em 2026. Este conjunto de regras será um dos mais completos da Europa, abrangendo não apenas stablecoins, mas também plataformas de negociação, serviços de empréstimo (lending), staking e custódia de ativos digitais. A ideia é criar um ambiente claro e seguro para todo o ecossistema cripto, desde o bitcoin hoje até as mais recentes inovações em blockchain.

A base legal para essa estrutura foi solidificada com a aprovação da Property (Digital Assets etc.) Act 2025, que reconhece oficialmente os ativos digitais como uma forma legal de propriedade. Este reconhecimento é crucial, pois confere segurança jurídica e abre caminho para a integração desses ativos no sistema financeiro tradicional.

Flexibilidade e Foco em Resultados: A Nova Abordagem da FCA

Apesar das críticas anteriores de que a abordagem regulatória do Reino Unido era excessivamente rígida – com empresas como a Consensys (responsável pela MetaMask) apontando que isso fez o país perder terreno para os EUA no setor cripto –, a FCA demonstra agora uma postura mais adaptativa. Nikhil Rathi ressaltou que "a mudança tecnológica rápida nos obriga a focar em resultados, não em regras prescritivas".

Essa filosofia implica em uma supervisão ajustada ao porte e ao perfil de cada empresa, reconhecendo que a inovação, por vezes, envolve falhas. A prioridade, contudo, será sempre evitar danos significativos aos consumidores, equilibrando a experimentação com a proteção.

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CBDCs vs. Stablecoins: Uma Escolha de Modelo

A decisão do Reino Unido de priorizar stablecoins em detrimento de uma CBDC é emblemática de um debate global sobre a melhor forma de modernizar a infraestrutura de pagamentos e a própria moeda.

Por Que o Reino Unido Optou por Stablecoins?

As stablecoins, moedas digitais cujo valor é atrelado a um ativo estável (como uma moeda fiduciária ou commodities), oferecem vantagens que parecem ter ressoado mais com a visão britânica. Elas podem ser emitidas por entidades privadas, promovendo a concorrência e a inovação no setor de pagamentos. Permitem transações rápidas e de baixo custo, com o potencial de integrar-se facilmente aos sistemas financeiros existentes e à inovação financeira emergente.

Em contraste, as CBDCs, embora prometam maior controle monetário e inclusão financeira, levantam questões sobre privacidade, o papel dos bancos comerciais e a concentração de poder no banco central. Para o Reino Unido, a aposta em stablecoins parece ser um voto de confiança na capacidade do mercado em desenvolver soluções eficientes e resilientes, com a regulação atuando como um facilitador e protetor, e não como um controlador direto.

O Contexto Global: EUA e Brasil em Perspectiva

A abordagem do Reino Unido se destaca no cenário internacional. Enquanto os Estados Unidos avançam com regulamentações setoriais e uma discussão contínua sobre o dólar digital, o Reino Unido escolhe um caminho mais direto para a integração de moedas estáveis.

No Brasil, o Banco Central também abandonou os planos de uma CBDC baseada em blockchain para o DREX. Contudo, a decisão brasileira não foi para priorizar stablecoins. Em vez disso, o plano é lançar uma versão "light" do DREX em 2026, sem blockchain na sua camada central, enquanto os testes de um sistema de contratos inteligentes continuam. Isso ilustra a diversidade de estratégias nacionais: enquanto o Reino Unido abraça o setor privado de stablecoins, o Brasil busca uma solução híbrida para sua moeda digital, e os EUA ainda ponderam sobre o futuro de sua própria CBDC.

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Implicações e o Futuro dos Pagamentos Digitais

A decisão do Reino Unido terá repercussões significativas, tanto no seu mercado interno quanto na sua posição no palco financeiro global.

O Reino Unido Rumo à Liderança em Inovação Financeira

Ao criar um ambiente regulatório favorável e um sandbox para stablecoins, o Reino Unido está se posicionando para atrair empresas de tecnologia financeira e talentos especializados. A expectativa é que essa estratégia impulsione a criação de novos produtos e serviços, tornando os pagamentos mais eficientes, baratos e acessíveis. Isso pode redefinir o papel do país como um centro de inovação financeira, especialmente em um momento em que a regulação cripto se torna cada vez mais sofisticada.

A clareza regulatória em torno das stablecoins pode também aumentar a confiança dos investidores e do público em geral nos ativos digitais, contribuindo para uma maior adoção e integração desses instrumentos na economia real.

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