Nova Era na ABcripto: Julia Rosin Assume Presidência em Meio a Expectativas de Renovação para o Setor Cripto Brasileiro
**16 de dezembro de 2025** – O cenário da criptoeconomia brasileira testemunha hoje um marco significativo. Após meses de intensa turbulência interna e um processo eleitoral conduzido sob ordem judicial, a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto) elegeu Julia Rosin como sua nova presidente. A decisão, tomada nesta terça-feira, 16 de dezembro de 2025, representa um ponto de virada para a entidade, que busca restaurar sua credibilidade e fortalecer sua voz no crescente debate sobre a regulação cripto e a inovação financeira no país.
Julia Rosin, atualmente consultora de políticas públicas para a América Latina da Coinbase – uma das maiores exchanges de criptoativos do mundo –, assume a liderança com a missão de pacificar a associação e recalibrar sua atuação. Sua eleição ocorre em um momento crucial, onde o mercado financeiro tradicional se aproxima cada vez mais dos ativos digitais, e a necessidade de uma representação coesa e profissional do setor se faz premente.
A Eleição: Um Desfecho para Meses de Turbulência
A votação que culminou na escolha de Rosin foi o ápice de uma série de desentendimentos e disputas internas que abalaram a ABcripto ao longo de 2025. A assembleia, convocada por determinação judicial, visava resolver o impasse na liderança da entidade, que se viu paralisada por controvérsias e acusações mútuas.
O Cenário da Votação e o Fim de um Impasse
A eleição transcorreu em um ambiente que, embora carregado de expectativas de tensão devido às disputas judiciais anteriores envolvendo o então presidente, Bernardo Srur, foi marcado pela tranquilidade e pela presença de um mediador externo. Este profissional foi fundamental para garantir a ordem e a imparcialidade do processo.
Inicialmente, havia uma proposta para que a votação fosse secreta e realizada por meio de um aplicativo. Contudo, conselheiros presentes questionaram a metodologia, levantando a necessidade de uma deliberação prévia sobre o formato. A falta de consenso levou à decisão de realizar a votação de forma aberta, um movimento que, para muitos, simbolizou um passo em direção à transparência que a associação tanto almejava.
Ao final do pleito, Julia Rosin obteve uma vitória expressiva, com 16 votos, superando Bernardo Srur, que recebeu sete. Seis membros optaram pela abstenção. A clareza do resultado reflete um desejo majoritário por uma nova direção e um novo fôlego para a ABcripto. A comunidade cripto e o mercado financeiro observam com atenção os próximos passos, ansiosos por ver como a nova gestão impactará o desenvolvimento do bitcoin hoje e de outros ativos digitais no Brasil.
As Raízes da Crise: Desafios de Governança e Transparência
A eleição de Rosin não pode ser compreendida sem uma análise aprofundada da crise que a precedeu. A ABcripto, fundada com o objetivo de ser a voz do setor de criptomoedas no Brasil, enfrentou um período de profunda instabilidade, que expôs fragilidades em sua governança e gerou desconfiança entre seus próprios membros.
O Conflito Interno que Precedeu a Mudança
A crise se tornou pública em novembro de 2024, quando veio à tona um processo movido por Bernardo Srur contra quatro membros do conselho da associação: André Portilho (Mynt, BTG Pactual), Maria Isabel Sica (Ripple), Renata Mancini (Ripio) e Daniel de Paiva Gomes (Paiva Gomes Consultoria LTDA). Srur acusava os conselheiros de tentar convocar uma assembleia para deliberar sobre uma nova liderança, o que ele considerava uma manobra indevida.
Por outro lado, os conselheiros retaliaram com acusações sérias, apontando falta de transparência na gestão das contas da entidade e um controle que consideravam antidemocrático. Entre as queixas mais graves, destacava-se a alegação de que a ABcripto estaria irregular perante a Receita Federal desde maio de 2025. Essa informação, que agora se confirma como um problema herdado pela nova gestão, gerou grande preocupação, pois a irregularidade fiscal pode comprometer a capacidade da associação de operar plenamente e de representar seus membros de forma legítima perante órgãos reguladores. A ausência de acesso a documentos e a falta de explicações sobre essa situação agravaram o clima de desconfiança.
O impasse levou à intervenção judicial, que concedeu uma liminar obrigando a ABcripto a convocar uma assembleia geral para a eleição de um novo comando. Durante esse período de incerteza, a associação sofreu um duro golpe com a saída de diversos membros proeminentes, incluindo grandes players como Itaú, Coinbase (que agora vê uma de suas consultoras à frente da entidade), GCB, Liqi e Avenia. A perda dessas instituições não apenas enfraqueceu financeiramente a ABcripto, mas também minou sua representatividade e sua capacidade de influenciar as atualizações de mercado e a formulação de políticas públicas.
A Visão de Julia Rosin: Um Novo Rumo para a ABcripto e o Setor Cripto Brasileiro
Com a eleição de Julia Rosin, a ABcripto e o ecossistema cripto brasileiro respiram um ar de renovação. A nova presidente divulgou um documento com as diretrizes de sua gestão, que delineiam um plano ambicioso para reestruturar a associação e recolocá-la como uma força proativa no desenvolvimento da inovação financeira no Brasil.
Fortalecimento da Governança e Credibilidade Institucional
Uma das primeiras ações de Rosin foi um gesto de pacificação, agradecendo publicamente a Bernardo Srur pelo trabalho realizado, sinalizando um desejo de superar as disputas passadas e focar no futuro. No entanto, a pacificação não significa negligenciar os problemas que levaram à crise. Pelo contrário, o fortalecimento da governança é uma prioridade absoluta.
Rosin defende a adoção de processos claros, transparentes e auditáveis, com o objetivo primordial de recuperar a credibilidade institucional da ABcripto. Isso significa implementar mecanismos rigorosos de controle interno, prestação de contas e conformidade, alinhando a atuação da entidade às melhores práticas administrativas do mercado. Para um setor que lida com tecnologias emergentes e que frequentemente enfrenta ceticismo, ter uma associação com governança impecável é fundamental para construir confiança junto aos reguladores, ao público e aos próprios associados. A resolução da pendência com a Receita Federal será, sem dúvida, um dos primeiros desafios a serem endereçados sob essa nova diretriz.
Liderança Proativa na Agenda Regulatória
Outro eixo central da gestão de Rosin será uma atuação mais proativa e estratégica na agenda regulatória. O Brasil tem avançado significativamente na discussão sobre regulação cripto, com projetos de lei em tramitação e o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) atuando ativamente na elaboração de diretrizes. A ABcripto, sob a nova liderança, buscará liderar esse debate.
A associação pretende trabalhar de forma próxima e colaborativa com o Banco Central, a CVM e o Congresso Nacional, apresentando propostas técnicas robustas que




