Bitcoin em Xeque: Mike McGlone Projeta Queda Drástica e Alerta para o Futuro do Mercado Cripto
Data Atual: 18 de dezembro de 2025
O ano de 2025 se aproxima do fim, e o mercado de criptoativos, após um período de intensa volatilidade e significativas valorizações em 2024, volta a ser palco de debates acalorados sobre seu futuro. Em meio a um cenário macroeconômico global incerto e a uma crescente complexidade regulatória, a voz de Mike McGlone, estrategista sênior de commodities da Bloomberg Intelligence, ecoa com um tom de cautela e pessimismo que tem provocado discussões profundas entre investidores e analistas. McGlone, conhecido por suas análises perspicazes e, por vezes, controversas, reafirma sua visão de que o Bitcoin (BTC), a principal criptomoeda do mundo, está à beira de uma correção substancial, podendo "perder um zero" em seu valor de mercado nos próximos anos.
Desde a aprovação dos primeiros ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos e as repercussões de eventos geopolíticos e eleições em 2024, o mercado cripto tem navegado por águas turbulentas, mas com momentos de euforia. No entanto, McGlone adverte que a maré pode virar drasticamente, projetando uma desvalorização que levaria o Bitcoin de patamares de seis dígitos para a casa dos US$ 10.000, com uma parada intermediária em torno de US$ 50.000. Essa não é uma previsão nova do estrategista, que tem mantido essa perspectiva baixista em diversas ocasiões, reforçando sua convicção sobre os fundamentos que, em sua visão, sustentam tal declínio.
As Razões por Trás do Pessimismo de McGlone
A tese de McGlone para o iminente declínio do Bitcoin e do mercado cripto em geral baseia-se em uma comparação fundamental entre a natureza dos ativos digitais e a dos metais preciosos tradicionais, além de uma análise do comportamento cíclico do mercado.
Escassez Versus Abundância Digital: Um Contraste Fundamental
Um dos pilares da argumentação de McGlone reside na distinção entre a escassez intrínseca de ativos como ouro e prata e a proliferação aparentemente ilimitada de criptoativos. Enquanto o ouro e a prata possuem um valor de mercado combinado de trilhões de dólares, impulsionado por sua raridade e usos históricos, o universo cripto é inundado por dezenas de milhares de moedas e tokens digitais.
"Existem milhares de criptoativos listados em plataformas como o CoinMarketCap, enquanto no mundo real, temos um número limitado de metais preciosos", observa McGlone. Para ele, essa vasta oferta de alternativas digitais dilui o valor intrínseco de grande parte do mercado, com exceção de poucos ativos que realmente se destacam. Essa abundância, em sua análise, impede que a maioria dos criptoativos alcance a solidez e a reserva de valor que caracterizam os metais preciosos.
A Dominância do Bitcoin em Meio à Proliferação
Em resposta a essa crítica, analistas como David Lin, em discussões com McGlone, frequentemente apontam para a singularidade do Bitcoin. Lin destaca o limite máximo de fornecimento do Bitcoin – 21 milhões de unidades – como um fator diferenciador crucial. "Em um mundo de impressão infinita de criptomoedas, o Bitcoin se destaca como a moeda dominante devido à sua oferta finita", argumenta Lin.
De fato, a dominância do Bitcoin no mercado cripto tem se mantido robusta, superando consistentemente a marca de 50% desde outubro de 2023. Essa resiliência sugere que, apesar da enxurrada de novos tokens, o Bitcoin mantém sua posição como o ativo digital de maior reconhecimento e confiança. McGlone, embora reconheça a singularidade do Bitcoin em relação à sua oferta limitada, ainda acredita que a correlação com o mercado mais amplo de altcoins, que ele prevê em queda, arrastará o BTC consigo. Ele concorda que o Bitcoin é uma anomalia em termos de sua política monetária, mas não o considera imune a um "inverno cripto" generalizado.
O Cenário Pós-2024: Expectativas para 2026
O ano de 2024 foi, sem dúvida, um período marcante para o Bitcoin. A aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista nos EUA no início do ano abriu as portas para um novo fluxo de capital institucional, impulsionando o preço e o otimismo no mercado. Adicionalmente, eventos como as eleições presidenciais americanas, com a vitória de Donald Trump, também foram citados como fatores que contribuíram para um ambiente favorável, dada a percepção de uma postura potencialmente mais amigável à inovação e menos restritiva em relação às criptomoedas por parte de sua administração.
Retrospectiva de 2024 e o Fator ETFs
A entrada dos ETFs marcou um ponto de virada, facilitando o acesso de investidores tradicionais ao Bitcoin sem a necessidade de gerenciar chaves privadas ou exchanges. Isso gerou uma onda de otimismo, com muitos analistas projetando novas máximas históricas. Contudo, McGlone, olhando para o futuro a partir de dezembro de 2025, mantém sua previsão de que essa euforia será temporária.
A Projeção de Queda para 2026
McGlone projeta uma forte correção para o Bitcoin em 2026. "Minha primeira parada para o Bitcoin é em torno de US$ 50.000. Se olharmos para os últimos cinco anos, esse patamar tem sido um ponto de suporte ou resistência significativo. Todo ano, ele tocou algo em torno de US$ 50.000", afirma o estrategista. Sua previsão mais audaciosa, no entanto, é a queda para US$ 10.000.
Para dar peso à sua análise, McGlone relembra uma previsão similar feita em 2018, quando o Bitcoin caiu de aproximadamente US$ 10.000 para US$ 3.000. "Acertei em 70%, alguns dirão que errei em 30%", comenta, referindo-se à magnitude da queda, mesmo que o alvo exato não tenha sido atingido. Essa experiência passada reforça sua convicção de que o mercado cripto é propenso a ciclos de alta e baixa extremos.




